O Buda imenso medita, como meditam todos os budas de
Kyoto. A atitude é serena, desligada do mundo e de sua agitação. As linhas
curvas da escultura, despojadas de sentimentalismo, procuram a harmonia
universal. Buda significa o Iluminado, aquele que está liberto da ignorância.
A arte japonesa, que se faz representar através da
força mística dos Budas, é uma arte que
alia a tranquilidade à monumentalidade. Conduz ao eterno, levando o
espírito a superar a terra e suas narrativas históricas e regionais.
Há
serenidade no rosto, nas mãos, no ondulado da túnica e em toda a atitude da
figura. Há quietude mental como querem os filósofos do Oriente. As linhas
curvas , às vezes , lembram o Barroco. No entanto, não procuram a agitação, mas
o equilíbrio, não levam o espírito ao sofrimento humano, à revolta, ao sentimentalismo,
mas conduzem ao centro de todas as coisas onde existe quietude e serenidade.
Percorremos o famoso templo das mil e uma estátuas de ouro para em seguida, na
tranquilidade do museu, contemplarmos o grande Buda de bronze, que em seu
silêncio transmitia a mensagem de paz. Esse sentimento de paz e eternidade
atravessa o tempo e o espaço, supera a linguagem dos homens, as diferenças
raciais e os costumes.
A arte possibilita o diálogo com o infinito. As
diversas línguas e preces são como afluentes de um rio que desembocam no
oceano.
Há uma linguagem comum que une o Ocidente e o Oriente através da força
mística de seus artistas. A mesma quietude encontramos um dia no interior de
Chartres, na França, ou na penumbra dos templos de Assis, na Itália. (Trecho do livro de minha autoria “Encontro
com mestres no oriente”)
*Fotos da internet
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