Há muitos anos tenho assistido a
apresentações do espetáculo “Cartas Poéticas” do grupo “Voz e Poesia”. Sempre é
um espetáculo diferente.
Cartas
Poéticas, para mim, se realiza como o I Ching dos chineses, captando a resposta
a uma indagação. A resposta já está guardada no coração de quem faz a consulta,
só que a mente do espectador que faz a consulta não tem consciência dela. O
espectador sobe ao palco, coloca as mãos na mesa, concentra-se na pergunta. As
cartas têm a resposta que é traduzida em forma de música e poesia. Essa
captação de energias semelhantes é o encontro do desconhecido que existe dentro
de nós, nos subterrâneos luminosos de nosso inconsciente.
Cartas poéticas promove o encontro do
público com a poesia e o canto de forma direta, sem análises ou explicações. É
ali, naquele momento mágico que as coisas acontecem e se clareiam.
Segundo
Ivana, o grupo "Voz e Poesia" teve início em 1992 com shows
poético- musicais onde poesia, música, contos e textos literários de
grandes autores se misturavam e se entrelaçavam numa costura emocionante e
criativa. A proposta do grupo era tocar a sensibilidade do público com um show
que lembrava a Música Popular Brasileira da década de 60. Como os inesquecíveis
shows dos anos dourados, o ponto forte do espetáculo está na mensagem, no
conteúdo cheio de emoções, fortes ou suaves, de autores do porte de Fernando
Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, José Régio, Cecília Meirelles, Rilke, Adélia
Prado, Kalil Gibran, Jorge Luis Borges, Milton Nascimento, Caetano, Gil,
Violeta Parra, John Lenon e muitos outros.
Buscando a diversidade e sempre
pesquisando novos autores, os artistas puderam montar opções de shows que
atendem a platéias específicas de forma flexível e criativa. Desta forma, podem
ser extraídos do repertório poesias, contos e músicas que trata de temas como:
natureza, qualidade de vida, relacionamento afetivo, espiritualidade. Muitas
vezes o show integra oficinas, vivências ou palestras administradas pelos
artistas em empresas, instituições ou eventos em que atuam como facilitadores,
utilizando técnicas artísticas para o desenvolvimento pessoal e empresarial.
Muitas vezes o grupo se
apresenta como duo, apenas Luciano Luppi interpretando os poemas e Ivana Andrés
cantando “à capella”. Como duo eles se apresentaram na oca indígena que sedia o
grupo “Terra Mater”, no sul da Bahia.
Abaixo transcrevo
trecho do diário de viagem de Ivana:
“ É final de tarde e o sol deixa passar
uma claridade através das palhas da oca. Já testamos o som e iremos eu e o
Luciano compartilhar um único microfone. Há mais de 20 anos temos este
espetáculo interativo de consultas poéticas e musicais. Quem quiser irá
levantar a mão, fazer uma pergunta mental e eu irei levar o leque de cartas. A
carta escolhida será interpretada por nós como uma resposta. No final da
consulta a pessoa irá receber uma cópia da poesia e da letra da música.
Estou um pouco tensa porque vou cantar sem acompanhamento, à capella. Sinto falta do meu parceiro, do Evaldo Nogueira.
O show começa, há silêncio e não sabemos se as pessoas estão gostando. A luz batendo contra os espectadores sentados, não nos deixa ver seus rostos. Luciano sugere fazer uma carta para encerrar mas as pessoas continuam a levantar o braço. Foram-se todas as 16 cartas em quase 2 horas de espetáculo. Nem vimos passar o tempo.
No final o José Roberto Ayres foi dizer um agradecimento e as palavras não vinham. Foi um silêncio cheio de palavras. Outros tomaram o microfone e as palavras foram emoção pura, depoimentos inesquecíveis.
Depois foi uma turma grande para uma pizzaria tomar cerveja e celebrar este encontro.
Estou um pouco tensa porque vou cantar sem acompanhamento, à capella. Sinto falta do meu parceiro, do Evaldo Nogueira.
O show começa, há silêncio e não sabemos se as pessoas estão gostando. A luz batendo contra os espectadores sentados, não nos deixa ver seus rostos. Luciano sugere fazer uma carta para encerrar mas as pessoas continuam a levantar o braço. Foram-se todas as 16 cartas em quase 2 horas de espetáculo. Nem vimos passar o tempo.
No final o José Roberto Ayres foi dizer um agradecimento e as palavras não vinham. Foi um silêncio cheio de palavras. Outros tomaram o microfone e as palavras foram emoção pura, depoimentos inesquecíveis.
Depois foi uma turma grande para uma pizzaria tomar cerveja e celebrar este encontro.
*Fotos de arquivo
VISITE TAMBÉM MEU OUTRO BLOG “MINHA VIDA DE ARTISTA”, CUJO
LINK ESTÁ NESTA PÁGINA
Nenhum comentário:
Postar um comentário