Em janeiro de 1993, em viagem à Índia, escrevi no
meu diário a minha estadia em Chenai, sul da Índia, e a visita a um dentista
local.
“Cada vez mais tomo consciência de que não existe
acaso. Somos guiados por energias superiores que nos conduzem no momento certo
para a pessoa certa.
“Deus escreve direito por linhas tortas.”
Foi preciso ultrapassar várias provas, derrubar
expectativas, quebrar programas pré estabelecidos, desapegar do conforto e
aceitar o sofrimento. Compreendi que o sofrimento não vem por acaso. Por detrás
dele existe luz.
Uma dor de dente inesperada obrigou-me a procurar um
dentista. Ali estava em frente ao hotel um grande cartaz anunciando uma clínica
de cirurgia dentária: Dr K. V.
“Believe in me, madam” – “Acredite em mim, senhora.
Você tem um abcesso na gengiva, é necessário fazer uma cirurgia, não convém
seguir viagem com este problema”.
Era urgente tomar uma decisão. O dentista estava
ali, com um holofote em cima da minha boca. A decisão teria de ser tomada
naquele momento. Eram 8 horas da noite, dia de sábado.
“Sim, acredito em você, pode começar a operação.”
A cirurgia de emergência foi um sucesso e fiquei
amiga do jovem dentista. Hoje, domingo, fomos procurá-lo. Levamos o livro do
Pepedro, Oriente-Ocidente e o currículo.
Dr. K. V. é artista plástico, tem um irmão também
artista que acabou de fazer uma exposição de pintura – gostou dos livros,
interessou-se pelas pesquisas da minha filha em torno da antiga sabedoria da
Índia.” (Trecho do meu diário de viagens, 1993)
*Fotos da internet
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