quinta-feira, 3 de maio de 2018

UMA HOMENAGEM NA EMBAIXADA DA ÍNDIA


Há exatamente 40 anos, iniciamos nosso trabalho na Índia. Caminhamos naquele país de norte a sul, de leste a oeste, com os olhos atentos para uma cultura milenar, que se descortinava diante de nossos olhos como uma tela panorâmica. Uma família brasileira descobre a Índia, pensava, enquanto assistia às cenas projetadas dos livros do Pepedro, Oriente – Ocidente, Tesouros da Índia.

Estava sentada junto ao embaixador daquele país, que nos recebeu muito cordialmente na embaixada. O embaixador Ashok Das trouxe livros para nos presentear e recebeu também livros, como resultado de nosso trabalho.

Aquele intercâmbio transnacional ocorreu de forma intensiva em 1978, quando nosso grupo se transferiu para a Índia, acompanhando meu filho Maurício numa pesquisa realizada por ele naquele país.

Eu rememorava aspectos daquela viagem e de muitas outras realizadas mais tarde, motivadas por uma forte necessidade interior de aproximar os povos do Oriente e do Ocidente.

No momento em que assistimos a um filme documentário, projetado no telão da Embaixada, minhas reflexões constatam o papel relevante da arte nesse tipo de intercâmbio. Relembro textos, poemas, desenhos, palestras, projeção de slides, livros publicados.

Todos esses recursos alinhavados durante nossas inúmeras viagens por regiões desconhecidas, afrontando situações climáticas diversas, foram recompensados com o acolhimento gentil que recebemos do povo indiano.

O diplomata indiano, Abhay Kumar é um poeta reconhecido internacionalmente. Foi por seu intermédio que recebemos o convite, já que ele é o chefe de missão adjunto, substituto do embaixador.

Vale a pena transcrever textos de sua entrevista no jornal “Correio Brasiliense” no dia do aniversário de Brasília.
“Brasília impactou positivamente minha vida criativa. Eu também fiz muitos amigos poetas, escritores que vivem em Brasília e arredores.
Brasília é uma cidade única. Eu visitei muitas capitais, mas nenhuma se compara a Brasília. Em primeiro lugar, Brasília é branca, que é minha cor preferida e uma cor de pureza. Em Brasília vejo um esforço para trazer a geometria dos corpos cósmicos para seu projeto arquitetônico dos edifícios monumentais da cidade, como o Museu Nacional. Eu me sinto em casa andando nas vastas extensões de grama no meio da cidade. Não conheço nenhuma outra cidade que tenha tanto espaço aberto, tantas árvores frutíferas e tantos pássaros. Onde quer que eu vá, sempre quero voltar a Brasília. Aqui eu encontro minhas mangas preferidas, jacas e goiabas espalhadas nas calçadas em qualquer direção que eu vá. Eu me apaixonei pelos ipês desabrochando. Com o horizonte baixo como na maior parte de Brasília, tenho uma visão clara do lindo céu. Nas noites de lua cheia, a lua parece elevar-se do lago Paranoá. Viver em Brasília é como viver em um lar celeste.  Brasília possui elementos de transcendência espiritual entrelaçados em sua arquitetura e planejamento urbano e, portanto, nos oferece uma oportunidade de pensar acerca de quem realmente somos, de onde viemos e para onde estamos indo.”

Este depoimento nos leva a pensar sobre a necessidade da arte como forma sensível e amorosa de comunicação.

A arte continua sendo a grande mensageira da paz entre os povos da Terra.

*Fotos de Maurício Andrés e Marília Andrés

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