domingo, 21 de junho de 2020

O SARAU DE ALEXANDRE


Alexandre, meu neto, continua com sua música procurando aliviar o clima de apreensão que estamos vivendo.

Sua música é a expressão de uma alma jovem que reverencia os mais velhos. Este meu neto caçula sempre me acompanha com sua música. Esteve presente, juntamente com seu pai Artur em todas as minhas exposições de arte. Juntos participaram de um sarau no Retiro das Pedras, organizado por Eliana e suas amigas. Cada um trouxe um prato. Escutamos emocionados o concerto cheio de energia e carinho. Tocaram minhas músicas preferidas, em frente ao vitral do Veleiro, com o sol desaparecendo nas montanhas.

Agora, Alexandre combinou comigo:
“Vó, eu vou te ver no retiro... Vou ficar de longe.

Combinamos que às 5 horas ele estaria aqui, tocando para mim no gramado do Maurício, lugar em que, da minha janela, eu poderia vê-lo e escutá-lo à distância.
O sol brilhava quando ele chegou. Trouxe a estante de partitura e começou o recital com uma música de Bach tocada na flauta.

Escutei páginas eruditas, seguidas por músicas de sua autoria. Naquele momento ele trocou a flauta pelo violão e eu pude ouvir a música dedicada a mim denominada “Voz de todos nós”.

A voz de todos nós é a voz dos jovens de sue grupo. Naquele momento os pássaros cantavam juntos com toda a poesia de um instante de luz.

Os músicos se comunicam melhor através dos sons e a alma do poeta nos retira da vibração densa da terra, buscando espaços superiores com mais luminosidade.

Agradeço a homenagem que me foi prestada naquela tarde, onde os sons do violão e o canto de Alexandre se integravam aos sons da natureza, ao canto dos pássaros e ao colorido de um por do sol nas montanhas de Minas Gerais.

*Fotos de arquivo

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