terça-feira, 9 de junho de 2020

SARAUS, ONTEM E HOJE


Os nossos antepassados pertenceram a um tempo em que não havia TV, Internet, redes sociais, celulares.As pessoas eram amigas, faziam reuniões, saraus.

Lembro-me das reuniões em casa de D. Ester de Lima. Ela promovia em sua casa, na Rua da Bahia, festas inesquecíveis com os melhores músicos da cidade de Belo Horizonte. O importante era estar presente, participar.Os Franzen de Lima se uniram aos Salles Coelho com o casamento de tio Gerson com tia Zezé, filha de D. Ester. Tia Zezé tocou piano a vida inteira, a música era sua vida.

Naquelas reuniões escutei poemas de Carmem de Melo e o canto de Maria Lúcia Godoy. Aqueles foram os saraus de antigamente em Belo Horizonte, dos quais participei como admiradora.
No Rio de Janeiro, naquela ocasião capital do Brasil, grupos de intelectuais se reuniam na casa de tio Joaquim, em Botafogo. As reuniões aconteciam naquela casa da Rua Mariana, com a presença de Alceu Amoroso Lima, vizinho e amigo de tio Joaquim, de Augusto Frederico Schmidt, poeta cristão muito conhecido.
Tio Joaquim era grande jornalista, interagia com pessoas inteligentes e criativas, trocavam ideias, estimulavam novas criações. Seus dois filhos, Maria Letícia e Aloysio, sempre prestigiaram as artes no Rio.

Eu mesma devo agradecer a eles o incentivo que me foi dado e ao Dr.Alceu Amoroso Lima, que prefaciou meu primeiro livro “Vivência e Arte”.

Mas, voltemos aos saraus. Eles nos deram o exemplo, e hoje, a partir de um retorno às origens, novas reuniões estão surgindo para estimular a convivência entre artistas e público.

Em Belo Horizonte, pessoas têm realizado em suas casas encontros com amigos e com artistas, ocasião em que a música e o canto são resgatados para integrar grupos e proporcionar momentos de alegria e descontração. São exemplos de organizadoras de saraus as psicólogas Graça Cunha e Do Carmo e a socióloga Diva Moreira.
Atualmente, durante a quarentena, estas reuniões estão sendo organizadas por grupos de artistas que interagem sobre um tema comum, a exemplo da reunião virtual de Lô Borges e outros músicos em torno “da janela do meu quarto de dormir”.

*Fotos da internet

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