terça-feira, 4 de janeiro de 2022

ATELIÊ NA AVENIDA AFONSO PENA

 



Estou sentada em frente às janelas que dão para o poente. Hoje é domingo, um domingo de sol. Acordei com o objetivo de me lembrar o que significa para mim um ateliê.


O ateliê nos cria um ambiente de recolhimento para quem quer criar alguma coisa, um isolamento social necessário ao artista. Nesse espaço ele está só, sem interrupções exteriores. É por isso que os artistas estão criando tanta coisa no meio da pandemia. Somos todos eremitas.

Recuando no tempo, vejo meu pai desfazendo a sala de visitas para transformá-la no meu ateliê.


"As visitas serão recebidas na sala de jantar."




Assim foi criado o meu primeiro ateliê com as janelas abertas para a avenida Afonso Pena.

Ali desenhei artistas de cinema, os meus mitos de adolescência.



O recolhimento era muito importante e eu pude me concentrar no desenho, usando lápis de várias cores. Ao mesmo tempo eu escrevia num caderno de anotações o meu dia a dia e os meus sonhos. Os diários sempre me acompanharam ao longo da vida.

Hoje tenho uma coleção de pequenos cadernos onde continuo anotando os acontecimentos externos e as vivências interiores.



Vale a pena ter um lugar para concentração.

Meu pai enxergou isso e desmanchou a sala de visitas.



 

*FOTOS DE ARQUIVO

 

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