Estou sentada em frente às janelas que dão para o poente. Hoje é domingo, um domingo de sol. Acordei com o objetivo de me lembrar o que significa para mim um ateliê.
O ateliê nos cria um ambiente de
recolhimento para quem quer criar alguma coisa, um isolamento social necessário
ao artista. Nesse espaço ele está só, sem interrupções exteriores. É por isso
que os artistas estão criando tanta coisa no meio da pandemia. Somos todos
eremitas.
Recuando no tempo, vejo meu pai desfazendo a sala de visitas para transformá-la no meu ateliê.
"As visitas serão recebidas na
sala de jantar."
Assim foi criado o meu primeiro
ateliê com as janelas abertas para a avenida Afonso Pena.
Ali desenhei artistas de cinema, os meus mitos de adolescência.
O recolhimento era muito importante e
eu pude me concentrar no desenho, usando lápis de várias cores. Ao mesmo tempo
eu escrevia num caderno de anotações o meu dia a dia e os meus sonhos. Os
diários sempre me acompanharam ao longo da vida.
Hoje tenho uma coleção de pequenos cadernos onde continuo anotando os acontecimentos externos e as vivências interiores.
Vale a pena ter um lugar para
concentração.
Meu pai enxergou isso e desmanchou a sala de visitas.
*FOTOS DE ARQUIVO
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VIDA DE ARTISTA”, CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA
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