quinta-feira, 4 de agosto de 2016

O ESPÍRITO DE PARIS III – BIENAL 1967

A inquietação da arte atual, os vários caminhos propostos, quando bem conduzidos, virão enriquecer e não confundir a linguagem artística do homem moderno. Porque esta linguagem baseia-se no respeito à personalidade e no aproveitamento de todas as formas vivas de criação. Hoje os recursos são muito maiores, a técnica, a eletrônica, oferecem campo imenso à arte. Mas os recursos da eletrônica e da técnica não conseguiram abafar as outras vozes que ainda continuam a dar o seu testemunho, nesse amplo e variadíssimo cenário da arte contemporânea. A Bienal de Paris, exposição de jovens, que significa apoio a toda e qualquer mudança, soube compreender isto através da formação de grupos.

Da contribuição francesa à Bienal de Paris pode-se tomar consciência desta proposta ao mundo.

Havendo grupos e lugar para todas as tendências, há também a possibilidade de uma afirmação, de um aprofundamento maior de cada setor de arte.
Esses indicarão melhor ao jovem o seu caminho do que a dispersão total depois de um estágio de estandartização vindo de fora. No futuro, se isto se der, o artista será julgado ao lado de outros artistas com as mesmas possibilidades. É necessário, para o benefício da arte e para a sua sobrevivência, que esses grupos se formem. Porque a arte contemporânea, com o avanço da psicologia e a compreensão mais profunda do ensino de arte, não poderá ter senão um caminho: o respeito à personalidade de cada artista e o incentivo à criação. Paris, centro de arte desde o passado, continua no presente a conscientizar o mundo das novas e múltiplas direções propostas à arte.

LUZ E MOVIMENTO

Na exposição de luz e movimento, realizada no Museu de Arte Moderna e da qual faz parte um brasileiro, Sérgio Camargo, a inventividade domina todos os setores. Há o jogo de espelhos em que a imagem do espectador é refletida em inúmeros retratinhos coloridos em todas as posições. Há corredores estreitos, com formas iluminadas ao fundo, dentro de ambientes escuros, há caleidoscópios, cinemas, projeções coloridas, seguidas  de música.

Atualmente, em Inhotim, um grande caleidoscópio, de autoria do artista Olafur  Eliasson, multiplica as imagens do espectador, incentivando o lúdico.
O mundo das invenções modernas deixa o seu caráter utilitário para se integrar à arte, nas pesquisas mais avançadas. Arte e técnica, eletricidade, sons, música, luzes: a arte e a engenharia se encontram para transmitir ao mundo novas ideias e novos recursos no campo estético.

*Fotos da internet

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